«O mundo vai ser um grande hospital psiquiátrico. As doenças vão aumentar, não tenho dúvida nenhuma», disse, em entrevista à Lusa, após uma conferência que realizou em Penafiel. «O modelo de sociedade actual transformou-se numa fábrica de pessoas stressadas e ansiosas, que apresentam sintomas como a irritabilidade, a impaciência, a intolerância e pensamentos antecipatórios», explicou.
Para o investigador, não espanta que um número crescente de pessoas tenha dores de cabeça e musculares, queda de cabelo, fadiga, défice de concentração e défice de memória, sintomas que, sublinha, decorrem muitas vezes do modo de vida agitado que têm.
O «Síndrome do Pensamento Acelerado»
«O normal é ter essa sintomatologia, o anormal é ser tranquilo, sereno, trocar experiências de vida com as pessoas que nos rodeiam, não ter medo das nossas lágrimas diante dos nossos filhos, não ter medo dos nossos fracassos, não ter medo de falar deles diante dos nossos alunos», disse.
Augusto Cury considera que a situação se agravou nas últimas décadas, marcadas pela globalização da economia, mas também a globalização da informação, que conduz àquilo que diz ser o «Síndrome do Pensamento Acelerado».
Segundo o psiquiatra, as pessoas são hoje mais inseguras do que eram no passado, «mas o verniz demonstra que elas são falsamente seguras»: «Elas vendem a imagem de que está tudo bem, vendem a imagem de que a sua vida não tem conflitos, mas, por dentro, estão chorando».
«Truques» para recuperar equilíbrio emocional
Augusto Cury insiste em que «a sociedade moderna tomou o caminho errado», porque as pessoas têm cada vez mais uma vida exteriorizada e não sabem «desenvolver a arte da introspecção, da observação, da capacidade de pensar antes de agir, de se colocar no lugar dos outros».
O psiquiatra diz que as pessoas conseguirão um maior equilíbrio emocional «se derem ao outro sem esperar demais o retorno, se entenderem que uma pessoa que fere é uma pessoa ferida e se nunca exigirem dos outros o que os outros não podem dar».
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